Fè Coelho
Sobre corações partidos e outras coisas
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Textos
Não te prometo nada
Não te prometo nada

Não termine suas frases com meu amor ou meu bem. O que sou para você, eu já sei. Venha com o ritmo novo, com as suas velhas lembranças e castigos.

Não pretendo cuidar bem do teu coração maltratado. Não prometo te amar para sempre. O meu para sempre acaba no início.

Uma garantia te dou. Te olharei da mesma maneira por toda a vida. Com o mesmo cuidado, ciúmes e amor.

Mesmo longe, quando a lâmpada amarela da esquina queimar, ei de trocá-la. Para que a tonalidade mutante dos teus olhos verdes sob a lamparina, hipnotize outra pessoa. A cena vai me entristecer, e me alegrar...

Vou perguntar dos seus amores para os amigos. Como elas são, o que fazem, como te tratam. Fingirei te ignorar. Garanto, ficarei feliz com tua nova família, essas coisas, você sabe, eu não te daria.

Não vou escalar o guarda-roupas para pegar a caixa com textos que você escreveu para mim. Não haverá pranto melancólico durante a leitura. Você nunca escreveu uma linha das nossas brigas, nem das horas de paixão.  Também não poderei me lembrar da peça que escrevestes falando de mim, já que, bom, você não me convidou para a apresentação.

Sentirei saudades das histórias que não vamos contar aos nossos filhos e da casa que não teremos.

Tudo em você será inesquecível. Suas marcas, manias e tiques. Do primeiro ao último cacho. Do seu sussurro aos seus ais.

Vou incendiar a noite para iluminar a fotografia que não consegui tirar. E voltar quando você pedir.

Te dou mais do que juras de amor, te mostro a possibilidade de seguires outros caminhos. Não sei se será teu o meu último beijo... aos 80 anos, antes de dormir, depois de desligar a televisão.  Mas saiba, de alguma maneira sempre serás o um maior arrependimento.
Fè Coelho
Enviado por Fè Coelho em 08/01/2025
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