Venha vento
visite quem se encolhe nos meus braços praguejando contra o tempo
Vento amigo faz o valente desistir de ir embora
E o mais forte tremer de frio com as folhas batendo no rosto
pra que seguir, se o tempo lá fora está tão violento
e aqui dentro há tanto pra se fazer
Olha que chuva colossal
Deita, lê alguma coisa enquanto finjo que procuro um guarda-chuva
achei uma capa, mas está rasgada... os furos fiz enquanto jantavas
Teus sapatos também estão molhados e propícios a uma pneumonia...uma dor de garganta, resfriado ou mesmo uma frieira
Anda vento, faz a chuva bater com mais força no vidro
Entra água, encharque a cortina
Que inunde as ruas
Que ele não tenha barco, nem remos, nem vontade de ir
Tua opção é ficar no colo, que seja praguejando mesmo
Te dou roupas secas e te faço de colher que raspa o tacho de doce
Vento amigo venha toda noite
e encontrará aliada para a tua fúria
Se tu vens, ele fica.