Meditação todo dia. Foi isso o que me aconselharam.
Como nunca me interessei pelo assunto, assisti vários vídeos com explicações mirabolantes sobre as técnicas de meditação... do que parece simples, como o acompanhamento da respiração, até a mentalização de imagens positivas e entoação de mantras. Depois de 40 minutos absorvendo todo tipo de informação sobre o tema, me senti apta a praticar.
Da maneira mais confortável possível, sentei na cama e foquei na minha respiração. Foco na respiração! E acabei dormindo.
Sonhei que caminhava a procura do meu carro em um estacionamento meio high tech. O piso era feito de metal e o prédio tinha um formato arredondado. A luz do sol batia no chão e era difícil manter os olhos abertos.  De repente, havia várias pessoas correndo atrás de mim.  Eu corri entre os carros até avistar uma escada. Eu tinha uma chave na mão e o celular. Subi a escada, que mudava de cor e textura a cada degrau.
O último lance dava para uma torre de tijolos marrons, medieval. Dentro da torre não se escutava barulho e o ar era enjoativo, quase fúnebre. Achei  uma portinhola velha com a inscrição de Igreja e testei a chave que tinha comigo na fechadura. Lembro nitidamente que a ideia era tirar uma foto da vista da sacada para mandar por email para a minha mãe.
Girei a chave. A porta de madeira abriu com um rangido espalhafatoso, como se nunca tivesse sido violada. Não entrei, olhei para os lados esperando uma bronca pelo barulho. Caminhei pela torre procurando a escada e acabei dando de cara com uma freira que me disse para não fazer barulho, já que o bispo estava dormindo. Ela colocou a mão na minha cabeça e sorriu. Foi quando percebi que eu não era eu, que na realidade eu era um garoto de nove, dez anos. Fiquei feliz de eu não ser eu, já que não iam brigar com uma criança.
Acordei com os meus gatos brigando...ou cachorros... ou os dois rs. Disso eu não consigo lembrar, já que todo dia é a mesma coisa.
Bom,  pensando sobre a meditação... muita gente diria que foi um fracasso, que eu dormi, que não mantive o foco e acabei com a cara no travesseiro.  Pode ser verdade... entretanto, a meditação me fez reconhecer como a minha vida dormindo é mais interessante e divertida do que a minha vida acordada.
Acho que é por isso que todo dia levanto com dores nas pernas, nos ombros e nos braços, como se tivesse participado de uma maratona, ou algo assim.
Há alguns meses, sonhei que estava numa lotérica conferindo os números de um bilhete e a atendente me falava que eu tinha ganhado. Lembro que a sensação era boa e tal, mas, que atravessei a rua e fui trabalhar, já que o prêmio só cairia na minha conta em dois dias... o sonho continuava, mas já é outra história...

Foco na respiração!